18 Jul 2018
3 histórias de mulheres que sobreviveram a violência doméstica que vão mudar a sua vida
As famílias são núcleos de amor e de segurança. Sabia que a maior parte da violência contra mulheres acontece no seio das famílias, pelos parceiros, o último lugar onde se esperaria que acontecesse? Contamos-lhe 3 histórias de mulheres que sobreviveram a violência doméstica que vão mudar a sua vida.

As famílias são núcleos de amor e de segurança. Sabia que a maior parte da violência contra mulheres acontece no seio das famílias, pelos parceiros, o último lugar onde se esperaria que acontecesse?
Contamos-lhe 3 histórias de mulheres que sobreviveram a violência doméstica que vão mudar a sua vida.

Leslie Morgan Steiner

Leslie Morgan Steiner parecia ter uma vida perfeita: um emprego de sonho, um marido charmoso, um labrador adorável, uma casa em Manhattan. Mas Leslie guardava um segredo: o marido perfeito era, na verdade, um abusador.
Na sua inspiradora TED Talk, Leslie desconstrói as fases da violência doméstica e alerta para os sinais, muitas vezes ignorados porque se está Crazy in Love (Louca de Amores).

• Sedução da vítima: a primeira fase é a sedução da vítima. Quando Leslie conheceu Conor, o seu futuro marido, ele aparentava ser o homem perfeito: inteligente, com um emprego de sonho, carinhoso e divertido. Conor criara uma atmosfera mágica, mas ilusória, em seu torno.

• Isolamento da vítima: a fase seguinte é isolar a vítima. A dada altura na relação, Conor despediu-se do seu emprego de sonho em Wall Street, sem avisos – sentia que não precisava de provar o seu valor a Leslie, e que o amor que os unia bastava. Convenceu Leslie a abandonar Manhattan e a sua vida nova-iorquina, e a mudar-se para uma pequena vila.

• Ameaça e violência: nesta fase, a vítima experiencia a ameaça e, seguidamente, a violência. Mal se instalaram em New England, Conor comprou 3 armas. Precisava delas ‘para se sentir seguro’. Na verdade, era uma mensagem sublimar. 5 dias antes do casamento, Conor abusou dela pela primeira vez: estrangulou-a e empurrou-a contra uma parede. Casaram-se cinco dias depois: Conor estava arrependido e Leslie acreditava que ele só estava stressado, que se tratava de um ato isolado e que iriam viver felizes para sempre. Durante a lua-de-mel, voltou a agredi-la duas vezes, e durante dois anos e meio de casamento as agressões eram tão frequentes como 1 a 2 vezes por semana.

Por que é que Leslie ficou na relação? Ela não sabia que Conor a abusava. Ela amava-o e acreditava ser a única pessoa que o podia ajudar a combater os seus demónios.

Por que não se foi, simplesmente, embora? O que as pessoas não sabem é que é extremamente perigoso sair de uma relação abusiva. 70% das mortes por violência doméstica acontecem após a vítima abandonar o abusador.

Leslie percebeu que o próximo passo de Conor seria matá-la. Então, quebrou o silêncio. Contou a toda a gente: à polícia, aos vizinhos, aos amigos, à família, a desconhecidos.
Hoje, Leslie está cá para contar a sua história porque o abuso só acontece no silêncio.

Veja a TED Talk de Leslie em:

Emma Murphy

Uma mulher de 26 anos, mãe de 2 filhos pequenos, casada com o amor da sua vida. Parece ser a introdução de uma história feliz, mas é, na verdade, o oposto.
As repetidas traições do marido levaram Emma Murphy a confrontá-lo. Resultado disso, Emma foi espancada. Mas não era a primeira vez que isso acontecia. Durante um ano, Emma sofreu de constantes abusos psicológicos, uma tortura mental que lhe incutia a ilusão de que ela merecia sofrer de violência.
Depois do espancamento, Emma ganhou força para falar e partilhar a sua história. Através das redes sociais, publicou um vídeo, onde os sinais de abuso são claros. O apelo de Emma chegou aos quatro cantos do mundo: “se não é seguro, tens de sair.”
Emma é a prova de que se pode renascer.

Veja o apelo de Emma em:

Salma Ismail

Salma Ismail viveu uma relação abusiva durante anos. As manipulações psicológicas eram constantes. “Ninguém te vai apoiar” e “Eu sou o responsável pela tua carreira” eram comentários normais do seu companheiro, ditos para que Salma se sentisse nada sem ele.
Para Salma, a parte mais difícil foi o momento que decidiu ir embora; a humilhação pública e o bullying nas redes sociais seguidos de pedidos de desculpa tornaram-se habituais. Salma não voltou para o abusador e, num processo de recuperação, voltou a sentir-se confiante. Renasceu e fundou a GetFitChick, um programa de treino cuja missão é fazer com que as mulheres se amem a si mesmas acima de tudo.

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